
Ao perceber que não havia
serviço odontológico público e gratuito na cidade histórica, o dentista Aluísio
Drummond decidiu criar Fundação Sorria. A decisão ocorreu em 1978, quando ele
era professor do curso de Odontologia da PUC Minas. Assim o voluntário iniciou
o trabalho nas regiões mais carentes de Ouro Preto.
Aos 65 anos de idade, Drummond está com
perspectiva de ampliar o projeto para todo o estado. O Projeto Sorria arrecada cerca
de R$ 100 mil por mês, mas sempre ficando no vermelho, já que parte dos custos
é para o pagamento de funcionários e manutenção de equipamentos. A fundação já atendeu
deste a sua inauguração, mais de 20 mil crianças, da região de Ouro Preto e
distritos próximos. “Toda criança precisa ter uma face bonita. E o sorriso é o
principal para que isso aconteça. Este é o motivo do meu trabalho”, afirma o
dentista.
O dentista e ator têm dois
filhos, e gosta de passear nos fins de semanas e fazer caminhadas. Já que,
segundo ele, o trabalho é suado, e tem que haver muita disposição e saúde para
dar continuidade ao projeto.
Nos últimos anos, optou por
fazer trabalhos em outras áreas. O dentista, que foi repórter do jornal Estado
de Minas de 1967 a
1972, há quatro anos resolveu explorar o lado artístico. Para ele, a opção pelo
teatro foi uma das formas para arrecadar fundos para a instituição. “Não é
apenas pela paixão que tenho pelo teatro, mas o amor pelo belo sorriso que toda
criança deve ter, me faz acreditar no projeto”.
A fundação conta com 45
funcionários e recebe ajuda da prefeitura de Ouro Preto, de mineradoras,
paróquias, da sociedade civil, de associações de bairro, artistas plásticos e até
de artistas da MPB. Os artistas sempre ajudaram a Fundação, realizando shows
beneficentes ou vendendo quadros. É com a venda de obras de arte que há quatro
anos acontece o Leilão Beneficente de Arte no Teatro Alterosa. O valor arrecadado
é revertido para a Fundação.
No começo do projeto, Drummond
passou algumas dificuldades, principalmente pela falta de incentivo. Mesmo com
muitos obstáculos, o cirurgião conseguiu ir em frente com a Fundação.
O apoio dos empresários da
região só começou em 1990, quase 12 anos depois da inauguração. O dentista
reconhece a ajuda de empresários e das comunidades de Ouro Preto. Foi assim
que, em 1991, ele conseguiu inaugurar a primeira unidade de atendimento do
Projeto Sorria, no bairro Santa Efigênia, Ouro Preto.
Atualmente a Fundação tem 12 unidades de
atendimento: seis estão na periferia, uma na Associação de Pais e Amigos dos
Excepcionais (Apae), uma de atendimento móvel instalada na Santa Casa de Ouro
Preto e quatro em distritos da região.
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